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Tecnologia deve servir para humanizar e simplificar o trabalho

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Numa realidade onde a digitalização assume cada vez maior importância no meio laboral, que papel está reservado às Pessoas? Foi a esta questão que procuraram dar resposta os oradores convidados para o debate ‘Gestão Digital de Pessoas: Modelos de Organização do Trabalho’, a qual teve lugar no dia 23 de novembro, inserida na Semana de Moldes 2021, mais concretamente, na iniciativa ‘Talentum Days’.


João Couto (Microsoft Portugal), Patrícia Ferreira (Moldit), Inês Coelho (KLC), Artur Ferraz (IBC) partilharam as suas opiniões, numa conversa moderada pelo secretário-geral da CEFAMOL, Manuel Oliveira.


Os oradores foram unânimes em considerar que a integração de novas tecnologias é fundamental para as organizações. Mas as pessoas vão continuar a ser o fator essencial para o sucesso.


“A tecnologia deve servir para simplificar o trabalho, mas sobretudo para humanizar as relações”, defendeu João Couto, da Microsoft Portugal, para quem a “transformação digital passa pela aposta em automação de processos e integração de aplicações que simplifiquem”, quer as tarefas, quer o relacionamento entre as pessoas dentro de uma empresa. Adianta que as conexões, a partilha de conteúdos e a aprendizagem contínua assumem uma importância vital, mas é preciso ir acompanhando as pessoas ao longo de todo o processo de mudança. Ou seja, apostar na experiência tecnológica dos colaboradores. Uma vez integrada na cultura da organização, a tecnologia assume o seu papel de veículo de eficácia.


João Couto salientou que a realidade pandémica “veio acelerar o que seria o futuro do recurso à digitalização”. E o fundamental, salientou, “é alavancar a tecnologia com pessoas: são elas que estão no centro dos negócios”. O ambiente dos locais de trabalho, que usou como exemplo, é, hoje, uma questão extremamente importante. Lembrou que a pandemia fez despertar a questão da flexibilidade do trabalho. “Tornou possível o que era, para muitas empresas, impensável. E, hoje, uma grande parte dos trabalhadores afirma preferir o teletrabalho”, revelou. Este é, no seu entender, “um dos desafios que as empresas têm de ter presente”, considerando que “uma grande parte dos líderes das organizações já se deram conta disto”.


A tecnologia assume, então, um papel fundamental. “As empresas que se destacam alavancam a tecnologia, de forma a alcançar uma cultura digital”, explicou, sublinhando que, com ela, conseguem atrair e reter talento, melhorar questões como a colaboração e inovação, e incrementar os seus resultados. Exemplificou com dois estudos: Um deles conclui que as empresas se tornam 21% mais lucrativas quando apostam nas pessoas; e outro que 94% dos trabalhadores admite que ficaria na empresa se sentisse que esta apostava em si.


“É preciso estar atento e caminhar para um novo modelo operacional, centrado nas pessoas, nos espaços e nos processos”, afirmou, considerando que “o objetivo é capacitar as pessoas para um mundo do trabalho mais flexível”.



Ganhar tempo

Inês Coelho, da KLC, falou da sua experiência para concluir que “cada vez mais, pretendemos criar modelos que nos permitam agilizar o trabalho, a comunicação e a proximidade com os colaboradores”. No seu entender, a pandemia permitiu “desmistificar a palavra ‘teletrabalho’. E mostrou de forma positiva que, afinal, mesmo sem estar integradas no ‘local de trabalho’ convencional, as pessoas desempenham as suas tarefas e, muitas vezes, até melhor”.


No seu entendimento, a digitalização “permite ganhar tempo que pode ser utilizado para pensar e criar”. E esse é “o papel das pessoas”, defende. Mas deixa uma ressalva: “tudo tem como ponto-chave a gestão da empresa” que, salienta, “tem de olhar para estas situações e valorizá-las; caso contrário qualquer que seja a estratégia, acabará por não progredir”. Neste processo de mudança digital, afirma ainda ser fundamental “andar passo a passo” e, nesse caminho, “ir mostrando às pessoas as vantagens da mudança”.


Defendeu ainda que é preciso começar cada vez mais cedo a incutir estas questões nos jovens. “As escolas deviam colaborar mais com as empresas e dar aos alunos a possibilidade de conhecer, de experimentar a realidade industrial”, sustentou.


Já Patrícia Ferreira, da Moldit, admitiu sentir mais dificuldade em gerir pessoas quando estas estão à distância, exemplificando com o teletrabalho. “O presencial é muito importante”, defende. Mas tendo presente que muitos dos colaboradores se sentem mais confortáveis com o trabalho à distância, considera ser “fundamental acelerar o processo tecnológico”, de forma a melhorar cada vez mais a comunicação.


“O trabalho híbrido veio para ficar”, enfatiza, sublinhando que, por essa razão, “a formação das pessoas vai ter de passar, muito, por estas vertentes”. E para que a aposta digital funcione é preciso, no seu entender, que os processos estejam “bem definidos”. “As pessoas têm de saber e perceber o que se pretende com a mudança”, explica.


Adiantando que a informação em tempo real, com indicadores que permitem levar à tomada de decisões, é já uma realidade, considera que “aos poucos, vamos trabalhando de forma mais rápida e com maior envolvimento das pessoas”.


“O trabalho, tal como o conhecemos, tem vindo a mudar, em grande parte devido à digitalização. E estamos neste momento a viver uma fase de transição”, considerou, por seu turno, Artur Ferraz, da IBC, que desde há três anos vem trabalhando o tema do papel da Pessoa nas Organizações com a CEFAMOL e as empresas do sector de moldes, no âmbito do Programa Talentum.


Deixa, no entanto, um alerta: “as tecnologias servem para simplificar o trabalho. Mas este tem de ser humanizado. Porque as pessoas não são substituíveis por máquinas”. Para Artur Ferraz, a tecnologia “mudou os processos de trabalho, é importante como veículo de comunicação e informação, mas é essencial não descurar as pessoas”. Um dos aspetos que considera fundamental passa pela formação, passo que, no seu entender, “é fulcral para alcançar a mudança cultural nas empresas”.


A ação Talentum Days teve duas outras sessões, subordinadas aos temas: ‘Organizações Centradas na Criação de Valor para o Cliente’ e ‘Desafios da Gestão de Pessoas para 2022’, nos dias 24 e 25 de novembro, respetivamente. Estas sessões, transmitidas online, contaram com a assistência, cada uma, de cerca de uma centena de profissionais do sector.




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