Encontro da Indústria de Moldes: É Preciso Reinventar o Negócio para Assegurar o Futuro
Segunda, 10 Novembro 2025
Voltar à listagemNa indústria de moldes, com os mercados em constante transformação, pensar em novos modelos de negócio é, para as empresas, uma necessidade e não apenas uma opção. Esta foi uma das conclusões do Encontro da Indústria de Moldes, promovido pela CEFAMOL, no âmbito do projeto GEST.IM – Estratégia, Sustentabilidade e Transformação da Indústria de Moldes, que reuniu mais de quatro dezenas de empresários e quadros de empresas do sector, no dia 7 de novembro, no Palace Hotel Monte Real, para debater “Novos Modelos de Negócio”.

Para Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, é tempo de agir. “Temos de perceber onde nos vamos posicionar, descobrir nichos e definir caminhos. O sector tem de começar a mudar, passo a passo”, afirmou, exortando as empresas a refletirem em conjunto e a avançarem com soluções concretas. “A CEFAMOL pode apoiar, mas não pode substituir as empresas. A mudança tem de partir delas”, reforçou.
José Morais, da Lexus Consultores, enquadrou o debate, lembrando que “o mundo atravessa uma mudança acelerada à qual não é possível resistir”. Defendeu a importância de repensar os ecossistemas de negócio e de considerar novas abordagens comerciais, como o “molde como serviço”, em que o cliente paga pela utilização e não pela compra da ferramenta. “Pode não ser apelativo para os fabricantes, mas é para os clientes. Há mercados recetivos e disponíveis para isso”, disse, alertando que o modelo exige diálogo com a banca e os seguros para mitigar riscos e viabilizar novos formatos contratuais.
“A mudança vai doer, mas é inevitável”, advertiu, adiantando que “a questão é sabermos mudar: como, o quê e com quem”. Defendeu ainda que “a tecnologia é importante, mas o essencial continua a ser o papel das pessoas”.
Já no espaço dedicado à reflexão das empresas, Hugo Carlos (Tecnimoplás) alertou para “o risco crescente de clientes sem liquidez” e defendeu que o sector tem de resolver a questão da propriedade das ferramentas para poder evoluir. Nuno Silva (Moldit) foi perentório: “O problema das empresas é a margem. Só se resolve com inovação. Andamos há tempo demais a olhar; é hora de agir”, advertiu. Paulo Ferreira Pinto (Moldworld) defendeu a criação de novos modelos de negócio, considerando que “há um momento em que as empresas têm de pensar novas abordagens sob pena de não sobreviver”.

União
Para Gonçalo Caetano (Simoldes), “permanecer na zona de conforto vai encerrar empresas”. Por isso, no seu entender, é preciso “profissionalizar a gestão e reinventar o modelo de negócio”. Paulo Gaspar (Moldit) sublinhou que “é fundamental convencer o país sobre a relevância do sector e fazer lobby como outros sectores estratégicos”, de forma a afirmar a indústria de moldes, enquanto Luís Lima (Steelplus) destacou áreas como a manutenção dos moldes como “uma possibilidade de negócio ainda pouco explorada”, aconselhando as empresas a encará-la como hipótese.
Lino Ferreira (Pearlmaster) alertou que “o preço continua a ser o critério decisivo”, ao mesmo tempo que aconselhou “prudência” na adoção de novos modelos. Já para João Paulino (Delfingen), “uma união forte entre empresas é essencial para competir nos mercados”. No mesmo sentido, Mário Galvão (LGDynamics) lembrou que “a margem também se ganha nas compras”, apelando a que as empesas trabalhem em processos conjuntos nessa área, que se reflitam em vantagens reais.
Do lado dos fornecedores da indústria, Marco Ruivo (Sigmasoft) apontou oportunidades “em novos materiais e segmentos de mercado” e António Fernandes (CHETO) defendeu que “a eficiência é hoje uma questão de sobrevivência” para as empresas.
No encerramento, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, deixou o apelo: “O sector tem que reforçar o seu posicionamento e diferenciação. Pode começar-se pelas coisas simples, mas é preciso começar”.
A reflexão sobre o futuro do sector prossegue com os próximos encontros do projeto GEST.IM – Estratégia, Sustentabilidade e Transformação da Indústria de Moldes, dedicados aos temas ‘Governance e Sustentabilidade’ (11 de dezembro), ‘Escala e dimensão das empresas’ (29 de janeiro) e ‘Integrar e gerir competências’ (26 de fevereiro).

