Mobilidade Elétrica representa oportunidades para Fabricantes de Moldes

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A mobilidade elétrica está a transformar profundamente a indústria automóvel e, com ela, surgem novas oportunidades. Os fabricantes de moldes não são exceção. Esta foi uma das principais conclusões do webinar ‘Unboxing Markets: Indústria da Mobilidade’, promovido pela CEFAMOL, e que decorreu no dia 23 de outubro. O orador convidado, Miguel Araújo, diretor-geral da Mobinov, destacou que “a mobilidade elétrica veio para ficar” e que a indústria nacional tem condições para integrar cadeias de valor cada vez mais exigentes, desde que invista em “inovação, tecnologia e rapidez de resposta”.




Falando perante uma plateia virtual composta por cerca de três dezenas de profissionais do sector, o responsável começou por afirmar que “a indústria da mobilidade está em grande mudança e numa acelerada inovação”. Na sua perspetiva, “a mobilidade é, hoje, um tema incontornável”. O foco, adiantou, está cada vez mais na “mobilidade elétrica, autónoma e conectada”.


O principal objetivo desta transformação, sublinhou, é “melhorar a qualidade de vida cidadãos nas cidades”. Mas o impacto vai muito além das alterações de hábitos: exige uma “reformulação profunda da indústria”, onde a tecnologia assume papel central, acrescentou.


Há, no entender do responsável, três razões principais a sustentar a transição elétrica são, segundo o responsável: “a regulação climática e a segurança, as dinâmicas de mercado e a tecnologia”. E, sublinhou, num contexto global de incerteza (resultante da pandemia, dos conflitos, das mudanças económicas e das prioridades ambientais), as empresas estão a redefinir estratégias para prosperar em cadeias de valor profundamente alteradas desde a era pós-Covid.


A transformação dos veículos está a reconfigurar toda a cadeia industrial. “Nos elétricos, as baterias representam hoje mais de um terço do valor final do produto”, referiu o orador, sublinhando que no curto prazo “todos os veículos serão dotados de atualizações, novos serviços e manutenção preditiva”. Daí, no seu entender, a importância de “redefinir materiais e componentes” e de que “os fornecedores consigam equilibrar material, processos e dados”.


Outro fator de mudança é a geopolítica. “A sustentabilidade passa também por privilegiar fornecedores regionais”, lembrou, frisando que “Portugal deve apostar em cadeias de abastecimento mais curtas e focar-se em qualidade, tecnologia e prazos de entrega”.



Oportunidades


A mobilidade elétrica, frisou Miguel Araújo, “traz desafios, mas também oportunidades”. Com a eletrificação, “cerca de 30% das peças convencionais vão desaparecer”, mas “outras novas vão surgir”. Isso significa que é essencial “apostar na investigação e criar novas soluções”. As empresas que se adaptarem de forma mais rápida e investirem em inovação serão, no seu entender, as que melhor aproveitarão esta mudança de paradigma.


A transformação tecnológica não se limita à eletrificação. “A introdução da inteligência artificial (IA) na mobilidade vai ter um enorme impacto e todo o sector pode beneficiar com isso”, assegurou. A IA “vai permitir mudanças desde o desenvolvimento até à venda do produto final”, e abrir “espaço na cadeia de abastecimento para novos players”.


Ao mesmo tempo, as novas gerações estão a acelerar a adoção do elétrico. “Os automóveis elétricos e híbridos são já a maior tendência nas opções dos consumidores”, afirmou, notando que a mudança é mais visível “nas grandes cidades”, enquanto fora delas “a evolução é mais lenta”. Com os veículos elétricos “o time to market é mais curto”, o que “cria mais pressão sobre os fornecedores”.


Miguel Araújo comparou ainda os custos de produção entre Ásia e Europa, concluindo que “os custos asiáticos são muito mais baixos, e isso não se deve ao custo da mão-de-obra ao contrário do que se poderia pensar, mas sim à eficiência do processo”. Ainda assim, acredita que “Portugal tem tempo e capacidade para ser competitivo, desde que invista e não se deixe ficar para trás”.



Futuro


Entre as tendências mais relevantes para a indústria de moldes, Miguel Araújo destacou uma certeza: “a mobilidade do futuro vai necessitar sempre de plástico: pela leveza, baixo custo e flexibilidade de design. E vai necessitar também de moldes para assegurar bons produtos”. Por isso, “quem dominar os materiais certos e os dados estará mais bem posicionado para integrar cadeias de valor mais exigentes”.


“As oportunidades estão aí”, advertiu, apelando às empresas para que “andem rápido para não as perder”, admitindo ser “necessário haver incentivos, tanto à compra de novos veículos, como aos fabricantes” de forma a estimular a procura.


“A indústria automóvel não é feita apenas de grandes marcas”, sublinhou ainda, recordando que há espaço para explorar “projetos de menor dimensão com elevado valor acrescentado”.


Para Miguel Araújo, os fabricantes portugueses têm muito a ganhar se acompanharem o ritmo da mudança. “A mobilidade elétrica é uma oportunidade para reinventar o negócio e afirmar a indústria nacional num setor em transformação”, salientou.




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