Moldes discutem Posicionamento e Relação com Clientes
Sexta, 26 Setembro 2025
Voltar à listagemEmpresários, gestores e quadros superiores da indústria de moldes reuniram-se, dia 25 de setembro, em Ílhavo, para debater o tema ‘Posicionamento e Relação com Clientes’, no arranque do projeto GEST.IM, dinamizado pela CEFAMOL. A sessão contou com cerca de quatro dezenas de participantes e destacou a importância da diversificação, inovação e modelos de negócio alternativos como essenciais para assegurar o futuro da indústria.
Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, apresentou o projeto GEST.IM, uma iniciativa concebida para analisar os fatores críticos da competitividade, estimular a partilha de ideias e inspirar a transformação da indústria de moldes. O projeto estrutura-se em duas vertentes principais: a realização de estudos e análises sobre estratégia, sustentabilidade, fontes alternativas de financiamento e progressão de carreiras, e a promoção de encontros de reflexão e capacitação, cujo primeiro se realizou nesta mesma sessão.
Depois deste, dedicado ao relacionamento com clientes, seguir-se-ão outros quatro: “Novos modelos de negócio” (7 de novembro), “Governance e sustentabilidade” (11 de dezembro), “Escala e dimensão das empresas” (29 de janeiro) e “Integrar e gerir competências” (26 de fevereiro).
Manuel Oliveira apresentou também alguns dados sobre o posicionamento atual do sector, salientando que 78% das exportações de moldes portugueses têm como destino a União Europeia, com destaque para Espanha, França e Alemanha, que juntos absorveram metade das vendas em 2024. Nos primeiros meses deste ano, registou-se um ligeiro crescimento para Espanha, Alemanha, Polónia e Chéquia, enquanto França e EUA evidenciaram quebras.
O automóvel continua a ser o principal sector cliente, com 67% das encomendas, seguido pela embalagem (13%), eletrodomésticos (5%) e dispositivos médicos e defesa (2% cada). Entre os desafios, o responsável da CEFAMOL elencou, entre outros, a geopolítica, a sobre capacidade instalada, a necessidade de soluções de financiamento e capitalização, a complexidade dos projetos, a dificuldade de entrada em novos mercados e a atração de talento, reforçando que os clientes esperam fornecimentos mais rápidos, inovadores, mas com menores custos.
Desafios
O debate que se seguiu, assinalado pela partilha de experiências e visões estratégicas, realçou distintas abordagens para o futuro da indústria. Gonçalo Caetano (Simoldes) defendeu a evolução dos fabricantes de moldes de meros fornecedores para parceiros de soluções. Eduardo Oliveira (Epalfer), por seu lado, salientou a adoção de estratégias de valorização do serviço como chave para conquistar novos clientes. A complementar as discussões, Paulo Ferreira Pinto (Moldworld) sugeriu novos modelos de negócio, como o pagamento do molde por utilização.
Carlos Seabra (Simoldes) chamou a atenção para os custos não reconhecidos pelos clientes, defendendo a necessidade de as empresas apresentarem soluções diferenciadoras para conquistar mercado, enquanto Nuno Silva e Paulo Gaspar (Moldit) enfatizaram a importância da inovação e do trabalho em conjunto, de forma a fortalecer a imagem do setor como um todo.
Guida Figueiredo (Carfi) alertou para a urgência do time to market, considerando que é algo que o cliente valoriza cada vez mais e Tiago Cruz (Neckmolde) apelou à construção de uma estratégia comum que afirme a indústria nacional. Rui Tocha (CENTIMFE) reforçou a importância da marca coletiva, bem como da aposta no alinhamento e posicionamento estratégico e Rui Hernani (Moldoplástico) apelou à união para que se mantenha a imagem de qualidade da indústria nacional no panorama europeu.
A sessão contou ainda com a intervenção inicial de Nuno Barra (Vista Alegre), que partilhou a experiência da marca no segmento de luxo, sublinhando a importância que assume a ‘quota da carteira’ – colocando o foco no cliente e nas suas expectativas -, e destacando como essenciais fatores como a diferenciação e a consistência na construção de valor.