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Exposição "Esculpir O Aço": Escultor transforma o aço em obras de arte

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As suas mãos, que outrora transformaram o aço em moldes para fabrico de peças de plástico, correm ao sabor da imaginação e criam autênticas obras de arte. Luís Ferreira dos Santos tem 88 anos, é natural da Marinha Grande, e passou a vida a trabalhar na indústria de moldes, na empresa Aníbal Abrantes.


Quando se reformou, há cerca de duas décadas, começou a construir a sua arte, nos tempos livres, em casa. Algumas destas obras estão agora em exposição, até final do mês de janeiro, na Exposição 'Esculpir o Aço', no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande.


Luís Santos adquire restos de aço inoxidável em fábricas e esculpe, à mão, as mais variadas peças. O sótão de sua casa é hoje um espaço de exposições privado, onde guarda o que vai construindo. Já criou guarda-jóias, candeeiros, capelas e dezenas de outras peças. Cada uma delas impressiona pelos detalhes e pela perfeição que lhes coloca. Os candeeiros, por exemplo, têm ligação à corrente elétrica e conseguem servir de iluminação.


"Sempre gostei muito de trabalhar o aço e não conseguia ficar parado", conta, assegurando ter, ainda, "muitas peças na cabeça que gostava de fazer em aço".


Não se sente um artista. Afirma-se, apenas, um "apaixonado pelo trabalho" que fez toda a sua vida. E, ao contrário do que acontecia quando trabalhava na indústria de moldes, hoje não tem desenhos a guiá-lo. Segue a peça sonhada, com recurso à memória e deixa trabalhar as mãos ao ritmo da imaginação.


A forma como sempre trabalhou o aço, numa época em que poucas máquinas havia, fê-lo aprender a usar as mãos com mestria. E são, hoje em dia, a sua única 'ferramenta'.
Criou ao lado de casa um pequeno barracão que transformou em oficina, onde só usa o torno de bancada, rebarbadora, berbequim e, sobretudo, a habilidade manual com que trabalha o aço. Dedica a esta arte todo o seu tempo disponível. Tem peças, como uma capela que está em exposição no edifício da resinagem, que demoram um ano a estar concluídas. O trabalho mais recente foi uma reprodução de um quartel de homenagem aos Bombeiros. Demorou o ano de 2017 a fazê-lo.



Vida de moldes
Tinha apenas 8 anos quando começou a trabalhar. O seu início foi na indústria vidreira, na fábrica 'Angolana'. Em 1954, mudou para a indústria de moldes, ingressando na serralharia 'Aires Roque e Irmãos lda'. Do espólio da Exposição 'Esculpir o Aço', faz parte uma antiga fotografia onde Luís Santos surge, ao lado dos companheiros de trabalho nessa fábrica. Aí iniciou as suas funções na forja e, posteriormente, a fazer moldes em madeira e ferro fundido. A unidade foi adquirida por Aníbal Abrantes e aí se manteve toda a vida até à idade da reforma. Recorda-se dos primeiros moldes para plásticos que fez: uma imagem de Nossa Senhora, uma grade para a Coca Cola ou um molde para flores de plásticos. "Eram outros tempos. Tínhamos de fazer tudo à mão, as poucas máquinas que havia não ajudavam muito. Mas tínhamos de ter muito empenho, dedicação e de gostar do que fazíamos", conta.


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